domingo, 26 de outubro de 2008

SIX FEET UNDER - À sete palmos


Terminei de assistir a segunda temporada. Os que acompanharam a série vão concordar que contém cenas que deveriam ser censuradas. No meu caso, assisti como quem tivesse assistindo "Branca de Neve e os Sete Anões", embora sabendo que as ocorrências não são contos de fada mas, acontece nas melhores famílias.
A maioria das pessoas têm medo de ver como são os humanos, porque temem em conhecer a si próprios, mal sabendo que é esse nosso maior desafio. Para esses digo: "bem vindo a raça humana" - isso aqui é o caos. Mas convenhamos que a série apela demais para o lado gay. Gostaria que os gays fossem mais discretos, que não se comportassem como se a vida se resumisse em sexo.
Faz bastante sentido o que um narrador diz aos 32 minutos do segundo capítulo da segunda temporada que ora digitalizo a seguir:
" A MENTIRA DO ROMANCE "
" De todas a mentiras com que nos deleitamos nesse mundo VICIADO em conforto,
nenhuma é mais insidiosa do que a mentira do romance. O conceito sedutor porém infantil, de que em ALGUM LUGAR vive alguém que nos completa em tudo. Alguém que nos faria plenos.
É lógico que essa ilusão, impede que nos sintamos plenos por nós mesmos. E faz com que desprezemos as nossas deficiências, nossas falhas, tudo aquilo que nos confere, a nossa humanidade. Nossa humanidade, sem a qual é claro, nada somos!"

Um comentário:

Dan Cruz disse...

Tem um texto muito bom que sintetiza tudo isso:

"Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"