segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Livro O AMERICANO TRANQUILO


O AMERICANO TRANQUILO

Autor: GRAHAM GREENE – Título do original: THE QUIET AMERICAN – Copyright, 1955
- Copyright desta edição, 1974 – Tradução de Brenno Silveira.  (1. Edição).

Personagens do livro: Thomas Fowler (jornalista e 1.pessoa da história). Alden Pyle e seu cão Duque e a garota Phuong são os personagens que levaram o autor a escrever o livro.  A história se passa entre Março, 1952 – Junho, 1955. No ano de 1952, Graham Greene esteve na Indochina, a serviço da Revista Life. E vem daí a origem do romance, baseado num diário de viagem.

Há tal transparência na história que podemos ler a mente do autor.   Pyle e seu cão já estão mortos no início da história, foram vítimas da guerra,  mas vivem em cada página do livro, assim como a amada Phuong.
Digito abaixo alguns pensamentos do autor em: O AMERICANO TRANQUILO.

Início - Esta é a época patente de novas invenções
             Para matar os corpos e salvar as almas,
                Tudo propagado com a melhor das intenções.  (Byron)

Pgna. 73 – O canal estava cheio de cadáveres: lembro-me, neste momento, de um cozido irlandês com uma quantidade excessiva de carne. Os corpos amontoavam-se; uma cabeça, de um cinzento cor de foca – anônima como a cabeça rapada de um convicto – surgiu à flor da água como uma bóia. Não havia sangue: suponho que já tinha sido levado pelas águas havia muito. Não tenho idéia de quantos eram: deviam ter sido surpreendidos por algum fogo cruzado, ao tentar voltar, e creio que muitos dentre nós, ali junto ao canal, estavam pensando: “Bastam duas pessoas para essa brincadeira”. Eu também desviei o olhar. Não queríamos que nada nos lembrasse quão pouco contávamos – quão rápida, simples e anonimamente chegava a morte. Embora minha razão desejasse o “estado de morte”, eu receava o ato como uma virgem. Gostaria que a morte chegasse com a devida advertência, de modo que pudesse preparar-me. Para que preparar-me? Eu não sabia para que nem como me preparar – a não ser que fosse para lançar um último olhar ao pouco que estaria deixando neste mundo.
Pgna. 86 – Ao despertar aquela manhã, alguns meses mais tarde, com Phuong ao meu lado, pensei: “E você, acaso, a compreendia? Parecia prever esta situação? Phuong a dormir tão feliz a meu lado – e você morto? O tempo tem as suas vinganças, mas tais vinganças nos parecem, com freqüência azedas. Não seria melhor que nenhum de nós procurasse compreender – que aceitássemos todos o fato de que nenhuma criatura humana compreenderá jamais uma outra? Que a esposa não compreenderá o marido, o apaixonado a amante, ou o pai a criança? Talvez seja por isso que os homens inventaram Deus: um ser capaz de compreensão. Talvez, se eu quisesse ser compreendido ou compreender, me deixasse engabelar por uma crença, mas eu sou um repórter: Deus só existe para os escritores líderes.

Pgna. 156 – Estar amando é ver-nos como alguém nos vê – é estar apaixonado pela imagem falsa e exaltada de nós mesmos. No amor, somos capazes de agir com honra: o ato de coragem nada mais é do que o desempenho de um papel para uma assistência constituída de duas pessoas. Talvez eu já não estivesse mais apaixonada, mas ainda me lembrava disso. (detalhe que observei nessa página postei no meu blog http://arquivox-mar.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-09-02T14:50:00-07:00&max-results=10&start=10&by-date=false  diálogo que se passas no filme Corações Apaixonados (Playing by Heart) - 1998

Fala de Paul (Sean Connery) aos 90 minutos do filme:

"A parte boa de nos apaixonarmos é que se aprende tudo sobre a pessoa, e rapidamente! E se for amor verdadeiro, então começamos a nos ver através dos olhos do outro, refletindo o que há de melhor em nós... é quase como se nos apaixonássemos por nós mesmos.")

O livro é de fato bom quando no final da leitura, o seguramos entre as mãos e resumimos toda a história em nosso pensamento como uma segunda leitura abstrata. Li cada palavra e absorvi o sentimento de cada uma. Bons escritores fazem a diferença.

Em azul, são meus devaneios.

A capa desbotou no tempo das pessoas que o leram ou o guardaram. Comprei no Sebus e para o Sebus vai voltar.

(By Mar)


domingo, 19 de agosto de 2012

Livro: O MÉDICO DO PRESIDENTE

Foto do meu livro.

O MÉDICO DO PRESIDENTE
1975      by               WILLIAM WOOLFOLK
Título original em inglês:  THE PRESIDENT’S DOCTOR
Tradução Ana Maria Mandim.
Personagens do livro: George Rushton (presidente), Carter (personagem principal), Janet, Claire (esposa de George, ex namorada de Carter), Dr. Thatcher (o médico do presidente)

Destaques do livro:
O livro é baseado em ANFETAMINAS e os efeitos colaterais provocados pelo uso abusivo da droga.

Pgn. 57 – George deveria ter tido montes de oportunidades e quantos homens podem atravessar suas vidas inteiras sendo fiéis a uma mulher só? Os votos do casamento nem sempre levam em consideração os ferozes instintos do animal humano. (breve comentário de Carter sobre a responsabilidade do presidente na morte da amante).

Pgn. 142 – As personalidades humanas estavam divididas em categorias diferentes e as drogas psicodélicas, particularmente as anfetaminas, tinham efeitos muito diversos sobre cada tipo. Alguns se recolhiam numa passividade que se assemelhavam com uma esquizofrenia, outros não mostravam sinais emotivos, mas seu corpo se rebelava e desenvolvia sintomas puramente físicos, outros ainda oscilavam entre tentativas infantis para continuar dependentes e ataques de descontrole igualmente infantis. A categoria mais assustadora aprende a manter seus impulsos hostis sob controle e obtêm o que querem sem demonstrar animosidade. Sua necessidade de dominar é dirigida para os canais sociais úteis. Se forem submetidos a um longo tratamento com anfetaminas, o delicado equilíbrio de sua personalidade começa a se desintegrar. Os impulsos hostis retomam o controle. Eles começam a acreditar que estão cercados de inimigos e tentam destruí-los e reagem com o que frequentemente parece ser uma violência desmotivada.

Na pgn. 231 – Quando o presidente começava a falar era como se não pudesse parar. O Instituto de Psiquiatria, em seu relatório, chamara aquilo de “pressão oratória”, uma necessidade compulsiva de falar aliada a uma incapacidade de escutar.

Com certeza não é o melhor livro de William Wolfolk, no entanto, o tema abordado é um alerta para os nossos tempos... ainda. Anfetamina e outros alucinógenos deveriam ter morrido no passado.
Copiado diretamente do livro.  As letras na cor azul, são meus devaneios.
(by Mar)