segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Sobre a Morte.

 

O Snoppy tinha aproximadamente 8 anos. Estava comigo desde o dia 04 de outubro (Dia de São Francisco de Assis) de 2019. Chegou até mim com a saúde bastante debilitada.  Tossia muito, vomitava sangue e como a maioria da raça dele, tinha muito testosterona daí resolvi castrar para não enfartar. 
Levei no veterinário para tirar RX do tórax e deu cardiopatia grave, coração enorme.  Mediquei ele, com o passar dos meses parou de vomitar sangue.
 No dia 10 de outubro, dois dias depois da Mona ir para as estrelas, ele teve uma parada cardíaca durante a noite. Encontrei ele morto entre urina e fezes. Levei para fora, coloquei noutra manta e rezei pra São Chiquinho levar ele e enquanto eu rezava... ele levantou a cabeça e voltou a vida. Desse dia em diante a barriga dele começou a inchar mais e mais, ficou enorme de dura, no caso, o coração não oxigenava mais todos os órgãos e dá nisso.  Muito guloso, queria comer mais do que podia e sempre bebendo muita água.

Enfim.... sobre a morte: Dia 29 de novembro de 2020 acordou desanimado e quase não conseguindo andar. Emergências é sempre aos domingos quando não tem veterinário e assim foi.
  Mantive ele por perto o dia todo para ele me ver e se sentir seguro, não tirava os olhos de mim.
 As 20 horas a respiração começou a ficar MENOR com os dentes travados, abrindo minimamente a cada respiração e a linguinha meio pra fora. Peguei ele no colo , fui para o quintal , pedi para a Mona (minha amada cachorrinha que partiu a 51 dias atras)  e São Chiquinho por favor virem buscar ele, que não deixassem ele sofrer muito para morrer. Nesse momento senti uma energia muito forte presente logo atrás de mim, fui atendida, alguém do além estava por perto.
 Coloquei o Snopy numa mesa enquanto afagava a cabecinha dele (eles adoram esse afago).  A agonia maior começou por volta das 20:25 horas, foi quando aconteceu a busca por oxigênio. Comecei a rezar para São Chiquinho enquanto o Snoppy tentou respirar uma vez, não encontrou o ar, se debateu. Segunda vez, não encontrou ar, se debateu muito (triste mesmo) e a terceira vez, não encontrou ar, afaguei a cabecinha dele e desligou. Morte cerebral.  Demorou para esfriar, eram 22 horas e ainda estava quentinho mas com o corpo enrijecido. 
A Mona me ensinou a amar a vida, a ter paciência.
O Snoppy,  me ensinou a morrer. 
 Eles morrem igual os humanos que fazem a passagem por insuficiência respiratória.  É difícil, só quem já sentiu falta de ar sabe, mas....  precisa apenas de três puxadas de ar e não vir absolutamente nada para enfim morrer.
As doenças dos pets são as mesmas dos humanos, eles morrem na mesma agonia, na mesma dor, então, deixo o pensamento livre para cada um.
O velório do Snoppy.  Conforme a foto, colocado no pátio, deixei que os meus outros seis dogs se despedissem dele. Todos, Gaia, Zana, Cherry, Bethoowen, Jeike e a Amora, todos passaram por ele, uns deram uma olhada e saíram com cara de quem não gostou do que viu, só o Jeike deu uma cheirada e saiu como que ignorando. Eles sabiam que ele não estava mais ali, era só um corpo que ficou mais bonitinho do que em vida.
Tenho a mesma sensação que eles em velórios, não consigo sentir nada porque alí só tem um corpo, quem o usou não está mais.
Meu choro por ele foi pelo passado antes de mim, pelos motivos que levaram ele para a doença mas, ele teve um ano do melhor mas um ano passa rápido. 
Os humanos deviam respeitar mais os animais. Humanos não conseguem respeitar nem uns aos outros, ah... os animais conseguem!

Agradecimentos: Obrigada Bia do "Focinhos da Barra"  por ter sugerido morte natural ao Snoppy, para que ele cumprisse a missão dele na terra. Pior pra eles? para nós? eu não sei. Nos finalmente percebi que a missão deles inclui NÓS e lamento por aqueles que não tem sentimentos de sentir.
(by Mar)

sábado, 17 de outubro de 2020

Saudades

 


Saudade é perder todos os dias

É fugir todas as noites

Saudades da tua vida

Saudades de você Mona linda.

Pensar que você foi PARA SEMPRE

deixando uma dor tamanha, ah essa ausência...

só quem perde sabe.

Jogo perdido para sempre, brincadeiras deixadas para trás

ah o tempo, quem é você tempo que brinca o tempo todo....

Saudades tão grande de você Mona, minha melhor amiga, razão do meu tudo,

agora...... e agora?

Santo anjo da guarda, brinque com a Mona, corra com ela, ela adora correr,

ela é a menina mais querida, um lindo raio de luz.

(by Mar for Mona)

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A melhor professora que eu tive.


Quando adotei a Mona com um aninho.
Com essa idade já era professora.


Essa menina travessa foi minha melhor professora de vida.    Tem uma frase que diz mais ou menos assim : "Existe dois animais em nós, um muito mau e outro muito bom. Fica mais forte aquele que alimentamos mais " -A Mona alimentou meu lado bom.  

Essas criaturas de Deus vieram para ensinar o amor.  Eles não falam com a boca, falam com o coração.  (Quem tem ouvidos de ouvir, que ouça a voz da razão, ela vem do coração)

Até na morte, a Mona me deu uma última lição: Nunca NUNCA mais vou internar um patinhas que esteja sobre meus cuidados.     Pode ter consulta com veterinário mas internação NUNCA MAIS.    Dos 12 anos de vida que ela teve, os dois últimos dias foram os piores, ela não merecia isso.  Isso vale pra mim também, em caso de doença suspeita de grave eu NUNCA vou permitir ser internada.  Que ninguém ouse contrariar o último ensinamento da Mona em minha vida. A morte é herança para todos e cada um escolhe como quer morrer se der tempo para isso.

A Mona me ensinou também que um patinhas só pede eutanásia se for animal que vive sem cuidados, em casinhas no lá fora, enfim...  aqueles que não tiveram carinho.  Os que tiveram o que a Mona teve jamais vai pedir para morrer.  O último olhar dela não foi um pedido para morrer foi um abraço na alma.

(By Marlene Koch)


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

MONA minha filhinha quatro patinhas .



 Quantas corridas na praia, aventuras de caiaque. Eu e você Mona, criatura divina, tão linda e amada.     Lembro quando te adotei com um aninho, muito safada.    Foi difícil nos primeiros meses, você pulava o muro e corria para a estrada.    Fugimos de nós mesmos, viemos morar na praia.  Tínhamos lindos sonhos mas eram só sonhos porque o paraíso na terra é disfarçado, de liberdade não tem nada.    Você correu muito na areia, era você a Cherry e eu e as vezes aparecia outras cachorradas.   As vezes um humano surgia e estragava tudo dizendo que praia não era lugar de cachorro daí eu dizia "cachorro é tu" e saíamos em disparada.     Aos 8 anos as vezes via você parada lá longe eu corria te socorrer,  eu sabia que estavas tossindo mas não sabia que era teu CORAÇÃO  que disparava.  Aos 8 anos  fez a primeira cirurgia de LIPOMAS.   Aos 9 anos você caiu nas patas traseiras, fomos no doutor fazer RX era ARTROSE DEGENERATIVA DA COLUNA por excessos que praticavas inclusive se jogando contra o muro quando passava moto, você era incontrolável mas com tratamento você voltou a andar e correr.    Aos 10 anos outra cirurgia de LIPOMAS.  Aos 11 anos fizemos um RX deu EDEMA PULMONAR e cardiopatia, passou a ser medicada.  Mona menina ansiosa que na hora de comer,  eu tinha que tirar o pote, tão rápido que devorava.    Talvez devido a isso passou a ter GORDURA NO FÍGADO, problemas no BAÇO, VESÍCULA, e ÚLCERA.  úlcera que só fiquei sabendo cinco dias antes do TARDE DEMAIS.  Para os problemas no fígado e vesícula a Mona foi medicada.  Estava feliz, ótima, latia, brincava até domingo dia 04 de outubro quando vomitou sangue (estourou a úlcera) ..... ? só aí que fiquei sabendo que ela tinha úlcera e pela primeira vez na vida num impulso que senti,     saí de mim num grito abafado dando um muro no NADA chorando desesperada  e senti que atingi o umbral tão revoltada que fiquei.      Comprei os remédios mais caros, não economizei em veterinário, corria com ela de Úber pra ficar com ela no colo, eu fiz de tudo   e no final,  o TEMPO deu uma brecada dizendo que de nada adiantou. 

Depois disso não comia mais nada , só vomitava. Dois dias depois internei na clínica veterinária. Veterinário sempre dá uma esperança, não entendo porque eles vivem de esperança, a profissão deles devia se chamar ESPERANÇA mas a esperança não mora no tempo porque o tempo MATA.  Internada dia 06 dia 07 liguei de manhã disseram que estava ESTÁVEL. Ligo à tarde o doutor disse que estava ESTÁVEL que precisava ficar internada. Durante a noite comecei a sentir um mal estar, senti que a Mona estava me chamando, que estava MORRENDO, tinha marcado uber pra ver ela hoje dia 08 às 14 horas mas as quatro da manhã estava enlouquecida sentindo que ela estava me chamando. Consegui chegar na clínica as 9 horas, vejo o doutor e digo "pelo amor de Deus eu preciso ver a Mona porque ela está morrendo" Ele diz -Ela está bem , espera aí que vou atender (outro cachorro )  depois tornei a pedir por favor que trouxesse ela que ela está MORRENDO..., passado uns 5 minutos me entregam ela, os 15 kgs da minha amada Mona toda MOLE foi deitada no meu colo. Seus olhos esbugalhados viravam para a esquerda, direita balançando igual o corpinho enquanto eu falava com ela.   Demorou uns 2 minutos para ela entender que era eu, a mãe dela que estava lá, ela estava MORRENDO.  Tentei abrir sua boquinha forçando os dentes estavam cravados até que seus olhos encontraram os meus e eu repetia "vamos pra casa Mona, vamos passear Mona ... vamos pra casa Mona ... a mamãe ta aqui enquanto ela olhava fixamente nos meus olhos E MORRIA.

Pedi muito ao papai do céu durante a noite, madrugada, pelo amor de tudo o mais deixe eu encontrar a Mona viva, eu sei que ela está morrendo mas deixe nós duas nos despedir, por favor, por favor, papai do céu... -Ele deixou.  É certo que quando suplicamos, pequenos ou grandes milagres podem acontecer mas,  temos que ser rápidos porque se demorar um segundo a mais,  o portal se fecha e o milagre se perde. Precisamos ouvir a vos interior.   Eu queria  chegar a tempo da minha filhinha querida ir embora na segurança do meu abraço olhando nos meus olhos. E assim se fez!

O Tempo. Ah o Tempo. O Sr Tempo é um enigma. Ele sara feridas, abre novas feridas, ele não volta lá atrás para não doer a primeira ferida que sangrou. O Tempo é como uma onda do mar. O Tempo é como um ciclone em câmera lenta, você não sente o estrago que faz e quando vê é tarde demais. Tem até quem diz que o Tempo não existe, se não existisse nenhum de nós teria nascido porque estaria tudo estacionado em algum lugar fora do tempo. 11 anos com a Mona e os últimos 4 dias o tempo veio como uma rajada, rápido para levar ela e lento nas horas noturnas até eu ir ao encontro dela. 

O soco que dei no ar num grito mudo quando vi que tudo que fiz sangrou ainda mais, naquele momento senti que  parei o TEMPO por um segundo porque nesse momento odiei o TEMPO, o mesmo TEMPO que eu pedi para sobrar mais TEMPO mas ele se esgotou.

Para Mona que está do outro lado do Tempo>>>>  Nascimento num dia qualquer de 2008 e viveu muito feliz e muitas vezes com tédio porque sempre quis viver além dos limites e o Sr Tempo a levou hoje, 08 de Outubro de 2020, DIA DO DIREITO À VIDA com apenas 12 anos de idade. Até breve meu anjo, pequeno e lindo raio de LUZ. 


    A Mona foi internada por OPINIÕES CONTRÁRIAS. Uns diziam para internar, outros para fazer eutanásia. Se fosse para voltar no dia da internação teria ficado com ela em casa, ela teria o meu abraço, os meus cuidados, a minha segurança e não teria sentido medo, teria morte natural como qq humano mas com amor e não largada em noites geladas ao som de trovoadas.   
       Tenho mais sete criaturas de quatro patas que vieram depois dela. Se houver necessidade,  poderei fazer RX , ultrassonografia e consultas necessárias mas nunca NUNCA mais internar se houver complicações ou comorbidades. 
       Isso vale para mim também. Se eu vier a ter alguma complicação de saúde NUNCA vou querer ser internada.  Para mim segue o mesmo esquema que será para meus patinhas.  A morte é a herança de todos e aprendi o segredo da morte no momento do desencarne da Mona.

(por Marlene Koch que vai amar a Mona além do tempo)