Livro 5 DIAS DE JUNHO – A Guerra no Oriente Médio. Escrito
por Arnaldo Niskier, Joel Silveira, Murilo Melo Filho e R. Magalhães Júnior. Primeira Edição – Julho de 1967.
Página 30 - O Brasil tem um sério compromisso com Israel. Foi graças à atuação do Embaixador Osvaldo Aranha que a Assembléia-Geral da ONU se reuniu, a 29 de novembro de 1947, para decidir a partilha da Palestina e a consequente criação de um Estado Judeu, livre e independente. Numa linha de coerência na sua política externa, o Brasil ficou obrigado a prestigiar a existência livre e soberana do Estado de Israel.
Página 41 (Se referindo a Israel) “Sua estrutura democrática
e socializada, que fez a felicidade do seu povo, prova igualmente que a
democracia é ainda um regime superior, na paz e na guerra, às ditaduras
militaristas.” “Os ditadores renunciam à renúncia, fanatizam os povos,
mobilizam multidões que eles levaram à desgraça e à aventura de uma guerra, mas
que assim mesmo vêm depois para as ruas exigir a sua permanência no poder.
Assim foi com Hitler, Mussolini e Perón. Assim seria também com Nasser, esse
novo tigre de papel".
Página 45 “Não há guerra decisiva e final. O entendimento só
se produz pelo respeito aos tratados e nunca à força” (General Moshe Dayn).
Página 69 – Em Jerusalém existe uma arcada e uma muralha,
que os árabes chamam EL KUDS e que os judeus conhecem pelo nome de IR HAKODESH.
Nas imediações existe o DOMO DO ROCHEDO, de onde, segundo a lenda, Maomé teria
saltado diretamente para o céu, numa miraculosa ascensão. A Cidade Santa dos
cristãos e dos judeus também o é dos maometanos. É o terceiro entre os mais importantes
santuários do islamismo, com algumas das mais antigas mesquitas, entre as quais
a que se ergue no mesmo sitio da antiga mesquita do Califa Omar.
Página 72 – Jerusalém, reconheçamos, é um ponto nevrálgico,
um foco ultra-sensível, por ser uma encruzilhada mística, um berço de múltiplas
religiões que se desenvolveram sobre um fundo messiânico comum. Mas, justamente
por isso, israelenses e árabes deverão convertê-la no laboratório de uma grande
experiência de mútua tolerância, de respeito recíproco em que cada homem possa
conviver com os homens de outros credos, sem ódios, sem doestos, sem ciladas,
mostrando que a sua religião foi capaz de torná-lo melhor, mais compreensivo e,
acima de tudo, mais humano.
Página 83 – “O ressentido não é necessariamente mau. Pode
até ser bom, se lhe for favorável a existência. Somente diante da contrariedade
e da injustiça mostra-se ressentido; quer dizer, ante os transes em que se
purifica o homem de qualidade moral superior. Unicamente quando o ressentimento
se acumula e envenena, por completo, a alma, chega a manifestar-se por um ato
criminoso, rigorosamente específico, com relação à origem do ressentimento. Eis
por que são temíveis os homens ressentidos, quando ao acaso os coloca no poder,
como tantas vezes acontece nas revoluções. É esta também a razão de acudirem a
confusão revolucionaria tantos ressentimentos que passam a desempenhar nela
papel preponderante.” Estas palavras, que Gregório Maranon escreveu no seu livro
sobre o Imperador Tibério, se adaptam perfeitamente ao caso de Gamal Abdel
Nasser, um ressentido filho de um modesto funcionário dos correios, da mesma maneira
com também se adaptam ao caso de Hitler, um pintor frustrado.”
Página 94 – Sobre todos esses governantes do Oriente Médio,
que dominam seus povos pelo terror e pela violência, e que os deixam morrer de
fome e de doença, enquanto se empanturram com os milhões diários que o petróleo
lhes dá, a derrota se abate agora como uma maldição; e, também, como uma
ameaça. A areia do deserto ainda deve estar cegando os milhares de jovens
árabes que conseguiram escapar a morte na guerra estúpida e sem motivo. Mas
muitos dos que sobreviveram logo estarão novamente enxergando – e, quem sabe,
enxergando melhor. Se tal acontecer, poderão ver exatamente como são ridículos
na sua nudez e revoltantes no seu fausto e caprichos os homens que com um
simples gesto lhes ornaram que fossem lutar e morrer numa guerra que a eles
disseram ser uma guerra santa, quando na verdade era apenas mais uma guerra do
diabo.
Página 100 – No Oriente Médio, Deus fez com que jorrasse das
entranhas da terra uma dádiva que poderia fazer a felicidade e saciar a fome de
todos que lá vivem, se a cada um coubesse uma parte dela. Mas o que era par ser
de todos, ficou nas mãos de alguns poucos. Para milhões de infra-humanos do
Oriente Médio, o petróleo, benção e dádiva do Senhor, se transformou numa
terrível maldição. (Joel Silveira)
Página 104 – Na planície do petróleo, o território é
totalmente desprovido de recursos, com o operário inteiramente sem qualificação
e fraco por força da subnutrição. Dentro desse panorama, que abrange a quase
totalidade do Oriente Médio – da imensa Planície do Petróleo – a ignorância e o
fanatismo religioso são estimulados pelos sultões e emires, pelos reis e
xeques, como uma defesa da própria sobrevivência dos seus privilégios e do seu
despotismo. Há sempre que cultivar, na ignorância e na consciência anestesiada
daqueles povos miseráveis, famintos e incultos, o ódio irracional por um
inimigo hipotético, o rancor surdo contra abstratas forças que devem ser
odiadas e destruídas para que Alá (e o seu petróleo, naturalmente) reine
inatingível e poderoso na plenitude de sua glória.
Página 110 - ... Em vez de remédio, da instrução e da
comida, de que milhões de árabes padecem, o que seus senhores absolutos lhes
dão é a ração diária do ódio religioso e do fanatismo irracional.
“Uma reconciliação genuína, permanente, com os árabes, é do
interesse vital de Israel. É vital, porque mesmo as vitórias militares mais
sensacionais são prejuízo” – Arnold Taynbee.
Israel fez 12 mil prisioneiros. Na guerra das 100 horas morreram 10 mil egípcios, 8 mil jordanianos, 2 mil sírios, 679 israelenses, num sol de mais de 40 graus, só porque Nasser queria destruir o povo de Israel.
Israel fez 12 mil prisioneiros. Na guerra das 100 horas morreram 10 mil egípcios, 8 mil jordanianos, 2 mil sírios, 679 israelenses, num sol de mais de 40 graus, só porque Nasser queria destruir o povo de Israel.
- Muitas vezes o povo grita por uma idéia imposta por um
“louco” e na maioria das vezes quando isso acontece, os inocentes pagam muito
caro por isso.
(Digitei parte do livro. É um livro muito revelador, vale a pena ser lido).
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