A LAGOA AZUL – Título original: THE BLUE LAGOON
Escrito por H.DE VERE STACPOOLE (1862-1951) em 1912 na
Inglaterra.
Traduzido para o português na década de 40 por Mario
Quintana.
-Quem tem menos de 15 anos talvez não tenha assistido ao
filme. Assisti a 10 anos atrás ou mais. Li o livro agora na esperança de
que no livro os personagens Dick e Emelina estivessem acordados no final. Livro e filme
terminam exatamente iguais. (Eles ainda dormem).
Pg. 119 - "A crença em Deus não é um apoio para uma criança assustada; ensinai-lhe, como a um papagaio, quantas orações quiserdes, mas, no desamparo ou nas trevas, seu apelo será para sua ama ou sua mãe".
Pg. 182 - "Pensamos por meio de nomes e palavras, em vez de fazê-lo por meio de imagens; e aí o chavão universal domina e a verdadeira inteligência quase que se aniquila".
Pg. 210 - Perder um filho amado é, sem dúvida, o pior sofrimento que possa acontecer a um pai. Eu não me refiro à morte. Um menino passeia na rua, a criada se distrai um instante, ele desaparece. A princípio não se tem noção nítida da coisa, experimenta-se um choque no coração; as palpitações diminuem ante o pensamento de que uma criança perdida numa cidade civilizada não pode deixar de ser encontrada pelos vizinhos ou pela polícia. Entretanto, a polícia ou os vizinhos ignoram o incidente, as horas passam. Os minutos fogem, o dia escurece, a tarde muda-se em noite, à noite em aurora, e os ruídos de um dia ordinário recomeçam. Não se pode permanecer em casa. Fica-se inquieto, sai-se, para voltar imediatamente a pedir notícias, anda-se com o ouvido à escuta, mas o que se ouve incomoda os sons habituais. O rolar dos carros, os passos dos transeuntes vem aumentar nossa tristeza. A música transforma nossa miséria em loucura, e a alegria dos outros é tão monstruosa como uma gargalhada ouvida no inferno. Se alguém traz o corpo do filho morto, pode-se chorar, mas fica-se aliviado; a incerteza é que mata. Os anos voam, fica-se velho. A gente diz: -Ele teria 20 anos hoje!
Pg. 210 - Perder um filho amado é, sem dúvida, o pior sofrimento que possa acontecer a um pai. Eu não me refiro à morte. Um menino passeia na rua, a criada se distrai um instante, ele desaparece. A princípio não se tem noção nítida da coisa, experimenta-se um choque no coração; as palpitações diminuem ante o pensamento de que uma criança perdida numa cidade civilizada não pode deixar de ser encontrada pelos vizinhos ou pela polícia. Entretanto, a polícia ou os vizinhos ignoram o incidente, as horas passam. Os minutos fogem, o dia escurece, a tarde muda-se em noite, à noite em aurora, e os ruídos de um dia ordinário recomeçam. Não se pode permanecer em casa. Fica-se inquieto, sai-se, para voltar imediatamente a pedir notícias, anda-se com o ouvido à escuta, mas o que se ouve incomoda os sons habituais. O rolar dos carros, os passos dos transeuntes vem aumentar nossa tristeza. A música transforma nossa miséria em loucura, e a alegria dos outros é tão monstruosa como uma gargalhada ouvida no inferno. Se alguém traz o corpo do filho morto, pode-se chorar, mas fica-se aliviado; a incerteza é que mata. Os anos voam, fica-se velho. A gente diz: -Ele teria 20 anos hoje!
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